Polícia apura se aluna da USP usou dinheiro desviado de formatura para consultas espirituais

Foto: Web
A Polícia Civil investiga se a estudante de medicina da USP (Universidade de São Paulo) Alicia Muller Veiga, 25, gastou parte do dinheiro desviado da festa de formatura com consultas espirituais. Ela foi indiciada por apropriação indébita após desviar quase R$ 1 milhão do fundo da festa.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), a investigação, conduzida pelo 16º Distrito Policial (Vila Clementino), encontrou na casa da suspeita, durante cumprimento de mandados de busca e apreensão, anotações de consultas com videntes e mãe de santo.

Também foram apreendidos celulares, um veículo Volkswagen Nivus, um tablet, cartões bancários e diversos documentos. Todo o material é analisado pela autoridade policial para esclarecer os fatos, diz a SSP.

Atual presidente da comissão de formatura do curso de medicina da USP, Gabriela Cristina Sarti afirma que a colega mudou a senha do email da comissão. Por isso, disse Gabriela em depoimento à Polícia Civil nesta sexta (27), o grupo não sabia das quantias transferidas para a conta pessoal de Alicia.

Guilherme Azevedo, delegado-assistente do 16ª DP, onde o caso é investigado, afirma que "ninguém soube das comunicações da empresa, uma vez que Alicia alterou a senha do email da comissão". O telefone para recuperação da senha do email tem o final do número de Alicia.

Na última semana, Alicia prestou depoimento e confessou ter desviado dinheiro do fundo porque não concordava com as aplicações que eram feitas pela empresa contratada.

Na época, ela era presidente da comissão de formatura e, por contrato, teria o direito de realizar os saques. De acordo com as investigações, ao menos nove transferências foram feitas do fundo da formatura para três contas pessoais de Alicia, a pedido da própria estudante.

Após a quebra de sigilo bancário, a polícia notou que o padrão de vida de Alicia mudou no ano passado. Em 2021, ela tinha gastos no cartão de crédito em torno de R$ 2.000, que pularam para R$ 7.000.

Após investigação do Procon, a empresa organizadora da festa disse ao órgão que se compromete em absorver o prejuízo de R$ 920 mil dos estudantes de medicina da USP e realizar o evento sem custo extra para os formandos.

Os investigadores estão na reta final do inquérito, que deve ser submetido ao Ministério Público de São Paulo. O documento deve ser concluído até a próxima segunda (30).

Além de apropriação indébita, Alicia é investigada por suspeita de estelionato e lavagem de dinheiro pela polícia de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Essa investigação teve início após ela tentar apostar, sem pagar, um total de R$ 891 mil em bilhetes da Lotofácil.

Fonte: Folhapress (Francisco Lima Neto)

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